13 de maio: Abolição da Escravatura

O dia 13 de maio nunca poderá passar em branco para nós. Todos, em algum nível da ancestralidade, estamos conectados à escravidão e, por isso, devemos reverenciar os familiares que passaram por essa situação para nos libertar.

O sociólogo e analista junguiano Roberto Gambini, fez um profundo estudo sobre o arquetípico brasileiro, que, segundo o Gambini, é trágico e traumático.

"Os fatos confirmam que a alma brasileira está doente, fragmentada e mutilada." Os portugueses invadiram o Brasil e encontraram índios nus, a partir daí, julgaram-os ignorantes, não só de conhecimento sobre as letras, mas sobre toda e qualquer cultura. Vendo-os mais parecidos com os animais do que seres humano, portanto, sem almas, rebaixando-os.

Despertaram interesse pelos corpos femininos, muito mais sedutores e acessíveis do que os das portuguesas, cheios de pudor. Os corpos dos homens daqui também foram desejados por sua forma cheia de força e, portanto, eficiente para o trabalho. Mais uma vez, reduzindo o povo, agora, para a mera materialidade dos corpos.

De 1.500 para cá, muita coisa mudou, mas ainda temos grandes passos a dar no que diz respeito à escravidão em diferentes níveis. Desde o trabalhista ao moral.

Se pararmos para analisar, os portugueses chegaram às Américas cercados por suas crenças e costumes. Diante do que encontraram, nasceu o preconceito.

Para Bert Hellinger, "o preconceito é o inimigo do novo. Através de um preconceito nos defendemos do novo e dos novos desafios, para nós e para os outros. Esses preconceitos são realmente nossos? Ou os temos porque outros os tiveram? Ou não fazemos mais do que transmiti-los a outros buscando novas vítimas?"

Com base em seu olhar sistêmico, Hellinger faz a seguinte reflexão: "a que preconceitos estão entregues os empresários e as empresas e como podem superá-los? Um arquétipo que continua atuando neles é a imagem de senhores e escravos. Atua em muitas lutas trabalhistas. Só que, ao invés dos senhores, os escravos são quem vibram os chicotes. Comportam-se como se agora tivessem razão e seus senhores não."

São muitas análises que ainda fogem do consciente de grande parte da população. Cabe a nós, que já temos acesso à informação e a diferentes formas de enxergar a escravidão, refletirmos sobre como mudar os padrões que nossos ancestrais foram obrigados a viver para nos libertar.



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