Como superar um aborto
Como sabemos, o tema aborto é bastante delicado, mas o que muitos não sabem é que o assunto pode ser visto e compreendido com outro olhar e sem julgamentos.
Constantemente, falamos aqui no blog do Constela Brasil sobre o olhar da constelação familiar para vários assuntos, como entender e aceitar cada situação.
De acordo com o psicoterapeuta alemão Bert Hellinger, todo mundo tem o direito de pertencer ao sistema familiar, cumprindo, assim, os preceitos da Lei de Pertencimento.
Ou seja, a partir da concepção, o indivíduo já passa a existir na consciência familiar e, consequentemente, a pertencer àquele grupo.
Dessa maneira, nos casos em que ocorrem o aborto, independentemente dos motivos, o ser foi concebido, passou a fazer parte do grupo e tem o seu lugar. Ele apenas não chegou a viver na vida física, mas existe para aquele sistema.
Como a constelação enxerga o aborto?
No entendimento de Bert Hellinger esse é um assunto muito difícil e que deve ser observado, assim como tudo na vida, caso a caso.
Segundo a psicóloga e consteladora Amanda Marques, em geral, Hellinger acredita que o aborto espontâneo, por exemplo, não afeta absolutamente o sistema, desde que a saúde da mãe tenha sido preservada. Já o aborto induzido, não costuma afetar os outros filhos, mas afeta o relacionamento dos pais.
Analisando caso a caso...
Nos casos em que o aborto é provocado, se os pais não tomam a responsabilidade por seus atos, acolhendo essa criança em seus corações, o relacionamento do casal costuma se deteriorar, em dificuldades no ato sexual e numa separação emocional do casal.
Amanda diz, ainda, que algumas pessoas sentem tanta culpa que condenam-se à morte, contraindo alguma doença grave ou até mesmo cometendo suicídio.
Entrar em contato de forma real com o luto da perda da criança, no caso dos pais, é importante para a superação e para não deixar marcas negativas no casal.
No entanto, Amanda explica que a criança deve ser acolhida em seus corações de maneira sincera. “Algumas pessoas têm para si que se o bebê não nasce, não era uma criança a ser considerada no sistema, e isso faz com que ela se sinta rejeitada e triste. A aceitação da dor e da tristeza da perda de um filho, o honra. Isso ajuda a criança a aceitar seu destino”, enfatiza.
Como superar um aborto
Sob o olhar das Constelações Familiares, as formas mais indicadas para superar a perda de um filho abortado, seja de forma natural ou realizado por meio de uma decisão, são:
- Trabalhar com suas potencialidades em prol de algo que honre essa vida que não teve continuidade.
- Acolher o filho no coração por meio de movimentos de reverência e tomando consciência desse movimento e as responsabilidades envolvidas.
- No caso específico dos abortos provocados, quando há o arrependimento e a culpa, é preciso entender que, se se pede a uma criança não-nascida que renuncie à vida, os pais têm a obrigação de zelar para que isso não seja em vão. Eles devem honrar os filhos, vivendo plenamente.
De qualquer maneira, aqui não cabe dizer o que é certo ou errado, pois alguns acontecimentos fazem parte da história de vida e, dessa forma, devem ser respeitados.
Apenas vale lembrar que todo comportamento humano traz um efeito para a vida de todos os envolvidos. A ciência avança para ampliar a consciência do homem, tornando-o capaz de assimilar a grandeza do que significa viver com respeito a cada um.