Constelações familiares: simplificando a vida

Sentir a dor ou a alegria do outro, perceber seus medos e limitações, compartilhar os sentimentos mais profundos e saber mudar a direção do que não cabe ao indivíduo em determinados momentos da vida. Na jornada dos que se dispõem a participar dos movimentos de transmutação proporcionados pelas constelações familiares está a chave para grandes descobertas e o começo de uma aventura em prol do autodesenvolvimento.

Observado pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger, esse método terapêutico visa a ampliação da consciência, por meio da percepção e da possibilidade de visualizar, em uma dinâmica, o funcionamento do sistema familiar e o modo como isso atua, de maneira inconsciente, no comportamento e no destino do indivíduo.

Segundo a psicóloga e consteladora, Amanda Marques, entrar no campo da família é deixar que a consciência atue e sejam identificadas as ligações de um descendente ao destino de um dos antepassados, como avós ou bisavós, por exemplo. Construído ao longo das gerações, esse campo, na maioria das vezes, precisa ser organizado. Assim, a constelação identifica o que está desordenado nesse sistema familiar, respeitando três pontos principais:

      - A hierarquia;

      - O equilíbrio entre o dar e o receber;

      - A lei do pertencimento.

Mas qual é a finalidade prática das constelações familiares?

A partir do momento em que a constelação parte de um sentimento atual, como tristeza, depressão, dificuldades no trabalho ou em um relacionamento afetivo, para chegar ao centro da questão que está atuando na vida de uma pessoa, acontece a conscientização do que é benéfico ou prejudicial para o indivíduo. De acordo com Izabela Delucca, cliente do Núcleo de Terapia Holísticas e Sistêmicas há um ano, participar das constelações, mesmo como representante, foi fundamental para seu desenvolvimento. “Já na minha primeira constelação, eu me encontrei como pessoa. Comecei a enxergar a realidade de uma outra maneira”, explica.

Outra experiência nesse sentido aconteceu com Fernando Loures, também cliente do NTHS. Segundo ele, a constelação abriu vários caminhos em sua vida. “Pessoalmente, após constelar as minhas filhas, mudei completamente a postura com minha filha mais velha, o que era uma das maiores dificuldades para mim. Hoje, conversar de pai para filha, de forma mais séria, acontece graças à constelação”, compartilha.

Dessa maneira, as constelações podem ajudar nas seguintes questões:

      - Melhorar o relacionamento de casais;

      - Melhorar os relacionamentos familiares entre pais, filhos, irmão e outros membros;

      - Superar medos inconscientes, pânico e depressão;

      - Lidar melhor com doenças graves, separações e perdas traumáticas;

      - Lidar melhor com fins financeiros, organizacionais e de talentos.

Além disso, a constelação familiar também esclarece que, para além da experiência corporal, os movimentos vivenciados durante a dinâmica geram desdobramentos para todo o sistema que está sendo trabalhado. Ou seja, os pais, filhos ou avós não precisam estar presentes no workshop, por exemplo, para que sejam atingidos pelo movimento terapêutico, bem como as mudanças, que atingem a cada um dos envolvidos, mesmo que fisicamente ausentes.

No processo de autoconhecimento, a constelação abre as portas para que a caminhada tenha início. Entendida como uma forma de terapia breve e prática, a constelação é pontual e age no cerne da questão de maneira eficaz. Sendo cada história única e individual, o que se repete no comportamento familiar é o que precisa de mais atenção, para que um fardo, não necessariamente de quem o carrega, seja devolvido a quem ele realmente pertence. Agir de acordo com as leis é um hábito e, como em qualquer circunstância, ao serem cumpridas, tensões são evitadas e as dificuldades da existência amortizadas.

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Quem é considerado parte do núcleo familiar?

Todos os membros nascidos nessa família: avós, pais, filhos, netos, crianças abortadas espontaneamente ou não; pessoas que de certa forma compõe o sistema, como uma empregada de muitos anos, um irmão adotivo e sua família de origem, um assassino e a vítima.

O que é constelar?

Constelar é, em suma, conseguir perceber o que há em desordem em nossas vidas e, através das Ordens do Amor, reorganizar o que fere o funcionamento do sistema familiar. É muitas das vezes trazer à consciência questões que por muito tempo não foram consideradas ou até mesmo escondidas em uma família.

O que é representar?

Representar é participar do movimento terapêutico de uma das pessoas que leva sua questão para o grupo. É se disponibilizar para entrar no campo familiar do outro e deixar que ele atue, afim de ser um instrumento naquele momento. Em resumo, é se deixar tocar pelo movimento da alma daquele sistema familiar.

Quem pode constelar?

Cada pessoa pode constelar suas questões ou suas relações, desde que esteja com saúde física e mental e se sinta apta a participar desse movimento. Os pais podem constelar para os seus filhos indiferente da idade deles. Alguns casos precisam ser avaliados pelo constelador, para que seja definida a melhor maneira de serem feitos.

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